sábado, julho 19, 2008

15 de julho, 16:50h. Chego em casa e ligo o computador. Faltam 10 minutos para o resultado. No caminho de volta minha mãe tentando me distrair com assuntos banais do tipo "filha, vamos pintar o apartamento?". Ela sabia o quanto eu estava nervosa. Mas essa tática de assuntos banais triplicou minha angústia. Na minha cabeça eu entoava hinos de atração..."vou passar", "vou passar", "TENHO que passar". E logo em seguida o medo da outra- e pior- situação. Nesses seis meses, tudo se passou arrastado. Todas as minhas atividades estavam intimamente ligadas e rearranjadas com o horário de estudo. Tudo girava em torno de terminar apostilas, fazer provas antigas e não me desfocar. Todo final de almoço era seguido de um desespero silencioso seguido de uma vontade gritante de não parar. Foi assim até eu ficar doente. De um dia para o outro fui para o hospital. Não vou citar os n desagradáveis sintomas que surgiram de uma vez, mas a única explicação convincente seria que o meu corpo estava pedindo calma. Hora de rever meus conceitos. Se adiantou? Sim. Completamente? Não. Bom, eu voltei a fazer atividades físicas e tentei buscar outro caminho menos sofrido aos meus estudos. Sem estipular prazos. Tive medo de estar errada. Mas acho que acertei. Foram muitos finais de semana perdidos, noites mal dormidas, dias longos, foram brigas e choros. Confesso que encarar essa situação como o pior é egoísmo da minha parte. Existem tragédias muito mais dramáticas do que esse relato de vestibulanda. Eu encaro como um momento que, pra mim, foi complicado. Mas passou. Me ensinou muito. E valeu a pena! Passei no vestibular! Posso fazer planos novamente, pensar em coisas novas. Posso escrever, ler, ouvir música a vontade. Mas confesso, ainda não comecei nada disso. Estou anestesiada pela sensação. Curtindo uma preguiça e não fazendo nada. Estou, finalmente, me permitindo.

Beijos pra ninguém. É, quem sabe um dia eu mostro... haha